Criacionismo E design inteligente

O criacionismo é a forma como as religiões tradicionais explicam a origem do mundo e do homem.

Criacionismo, uma teoria com diferentes versões

A questão sobre as origens do homem remete a um amplo debate, no qual filosofia, religião e ciência entram em cena para construir diferentes concepções sobre a existência da vida humana e, implicitamente, por que somos o único espécime dotado de características que nos diferenciam do restante dos animais.

Desde as primeiras manifestações mítico-religiosas o homem busca resposta para essa questão. Nesse âmbito, a teoria criacionista é a que tem maior aceitação. Ao mesmo tempo, ao contrário do que muitos pensam, as diferentes religiões do mundo elaboraram uma versão própria da teoria criacionista.

O cristianismo adota a Bíblia como fonte explicativa sobre a criação do homem. Segundo a narrativa bíblica, o homem foi concebido depois que Deus criou céus e terra. Também feito a partir do barro, o homem teria ganhado vida quando Deus assoprou o fôlego da vida em suas narinas. Outras religiões contemporâneas e antigas formulam outras explicações, e algumas chegam a ter pontos de explicação bastante semelhantes.O criacionismo é uma crença que afirma que o universo e a diversidade da vida na Terra foram propositadamente concebidos por uma entidade divina ou forças sobrenaturais, opondo-se à teoria da evolução de Charles Darwin, que explica a variedade de seres vivos ao longo de bilhões de anos.

Sendo um tema polêmico e inacabado, a origem do homem ainda será uma delicada questão capaz de se desdobrar em outros debates. Dessa forma, cabe a cada um julgar e adotar, por meio de critérios pessoais, a corrente explicativa que lhe parece mais plausível.
Design Inteligente A Teoria do Design Inteligente é uma perspectiva que argumenta que certas características do universo e dos seres vivos são melhor explicadas por uma causa inteligente, ao invés de um processo não direcionado como a seleção natural. Essa teoria é frequentemente associada com o criacionismo e tem sido objeto de controvérsia e debate intenso, especialmente no contexto educacional e científico. Os proponentes do Design Inteligente sustentam que a complexidade irredutível e a complexidade especificada dos organismos vivos não podem ser adequadamente explicadas pela evolução darwiniana. Eles argumentam que a vida é tão complexa que deve ter sido projetada por uma inteligência superior. No entanto, a comunidade científica em geral rejeita o Design Inteligente como uma teoria científica válida, classificando-a como pseudociência devido à falta de evidência empírica e testabilidade. Além disso, críticos apontam que o Design Inteligente faz inferências baseadas em argumentos de ignorância e falácias lógicas. A teoria ganhou notoriedade nos Estados Unidos, onde grupos religiosos pressionaram para que fosse incluída nos currículos escolares, muitas vezes em detrimento do ensino da evolução. Esse movimento levou a vários casos judiciais significativos, como o julgamento de Kitzmiller v. Dover, que concluiu que o Design Inteligente é uma forma de criacionismo e, portanto, não deve ser ensinado em escolas públicas como ciência. No Brasil, a teoria também encontrou adeptos e tem sido promovida por algumas organizações, embora haja reconhecimento de que não possui apoio majoritário na comunidade acadêmica. A discussão em torno do Design Inteligente levanta questões importantes sobre a natureza da ciência, o papel da religião na educação e a separação entre igreja e estado. Enquanto o debate continua, é essencial que as discussões sejam informadas por uma compreensão clara da metodologia científica e um compromisso com a educação baseada em evidências.

Referência:
SOUSA, Rainer Gonçalves. "Criacionismo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/criacionismo.htm. Acesso em 07 de abril de 2024.

QUEIROZ, Rafael Gonçalves. Teoria do design inteligente e argumento do desígnio: duas denominações, um enredo. 2023. 135 f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2023. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.te.2023.391.